terça-feira, 22 de abril de 2008

De mãos vazias viemos... Mas de mãos vazias não voltaremos...


Hoje no Radar Cultura, site que participo de discusões, meu amigo e irmão Guilherme escreveu um texto que gostaria de compartilhar. Diria que foi um recado sem que eu pedisse...

"Às vezes me deparo com frases vagas de pessoas com pouca vivência que diz: de mãos vazias viemos e de mãos vazias vamos deste planeta. Isso é uma verdade? Alias, por que será que cada vez mais, as pessoas, estão cansadas da vida? Isso não seria por falta de conhecimento?

Estamos na época da "razão" e ainda sim o número de mortes e de depressão supera o de todas as épocas já vividas pela humanidade. Ué, o que falta então para estas pessoas estarem tão amarguradas com a vida ? Acho que o problema na verdade deve ser algo muito amplo, algo como um universo pessoal que cada um de nós possui dentro de nós mesmo, veja o seguinte: Hoje devido à necessidade de velocidade em tudo, as pessoas esquecem que dentro de sí, existem energias, que devem ser conhecidas para que se tenha uma vida feliz e de paz.

Esquecemos muitas vezes de nos conhecer interiormente talvez por referência de infância onde as coisas boas são as que vêm de fora. Isso já começa com a necessidade de comparar e avaliar tudo até entramos na vida adulta e com isso temos uma carga de referências de coisas boas sempre de externa como: amigos, escola, trabalho até que um dia, isso não nos agrada mais e no sofrimento alguém nos chega e diz algo totalmente oposto: - Você esta procurando o que esta dentro de ti. Sua paz e felicidade não esta fora meu filho, esta dentro de você, mas para isso você precisa se conhecer. E para se auto-conhecer, meu amigo, você deve fazer algo muito diferente de sua programação educacional, alias, você deve fazer exatamente o oposto que até hoje, pode parecer ter sido a melhor conduta que o manteve vivo até o momento, você precisa parar de ser razão e passar a ser mais a emoção.

Isso mesmo, você não poderá mais seguir sua vida, usando razões para justificar suas ações e necessidades. Neste momento é necessário que você use o conceito do sentir, pois o sentimento é muito mais importante que a razão e com o sentir não há a necessidade de razão. Paz e felicidade são sentimentos, não importa o que você usa, o que importa é o sentir e só você pode julgar isso. Outros sentidos é o apreciar, ir ao coração, sentir Deus sem criar a razão de Deus. O sentir meu querido é saber que o céu e inferno estão aqui no mundo da razão e isso Sócrates já dizia : - Conhece-te a ti mesmo para viver em paz.

Lembre-se meu querido antes de tudo, que a sua vida é o maior bem e é algo muito precioso que você pode ter o azar de dar o seu verdadeiro valor quando já estiver no fim da linha. Por favor, não deixe sua vida com soluções temporárias com apelo de contentamento. Isso não mata sede de verdade. E sede, é um sentir que ninguém a não ser você mesmo, poderá saber a quantia exata de água ou líquido que lhe possa saciar. A sua paz é como sua sede. Somente você pode saber o que lhe saciará e isso não depende de ninguém. Só você pode sentí-la.

O que nós como amigo podemos lhe oferecer é a informação de que dentro de você, existe a sede e dentro de você existe a fonte de água. Suas perguntas mais intimas já possuem respostas, basta você se permitir escutar. Seu desejo de estar pleno de ter plenitude e alegria esta em receber o conhecimento.E receber o conhecimento é uma viagem muito simples porque podemos considerar nossa vida que nunca havíamos considerado, bastando para isso nos auto-conhecermos.

Eu amo você porque primeiro me amo e vendo minha complexidade, tomo respeito e tenho amor pela sua, afinal, não precisamos voltar de mãos vazias né !"

Guilherme Moraes dos Santos

sábado, 29 de março de 2008

Cante...

O homem é um cantor por natureza. Desde que a humanidade existe nós cantamos e cantamos por vários motivos e em várias ocasiões. O índio canta para a chuva, para a colheita, para o nascimento, para a morte, para a guerra, para a paz, etc. Todas as culturas do planeta tem o seu canto, pois a vida humana não é concebida sem a música.

Porém, em nosso mundo ocidental, existe um congelamento da sensibilidade que impede as pessoas de cantarem. É muito raro ver alguém assoviando uma melodia nas ruas, e seja por pudor, por vergonha ou muitas vezes por medo, deixam de expressar o interior de seus sentimentos através da verdadeira linguagem das emoções humanas.


Quem nunca se emocionou com uma cena em algum filme em que a música desenpenhava um papel fundamental, ou por aquela canção que nos trás lembranças e recordações, sejam felizes ou carregadas de tristesa? Pois a música tem o poder de modificar alguns estados de nossa consciência e conecta-se com emoções do nosso íntimo. Sentimentos que, as vezes, teimamos em não querer sentir.


Para cantar não precisamos ser "músicos" ou "artistas", é preciso conectar-se com sua essência. Voltar a ser humano. Uma vida sem música é uma vida estática a caminho do "sem vida".

Cantar nos integra com o todo, com o nosso Deus interior. Consagramos a vida e nos tornamos humanos.


Para ser um "músico da paz" não é necessario ser afinado. Apenas cante... Cante com toda a força do coração... Cante a Vida... Cante a Paz.... Cante o Deus que há dentro de você... Tornemo-nos outra vez seres humanos.

sábado, 8 de março de 2008

Transformação

Existe uma grande corrente que está se definindo no mundo atual. São pessoas que , sem perceberem, estão interligadas e desempenham, desde já, um grande papel transformador no planeta. São anônimos, porém, com grandes influências em tudo que os cercam. Anônimo seria a palavra para definir aqueles que estão trabalhando em conjunto, porém ainda não são conhecidos por todos aqueles que estão nesta mesma corrente. São espíritos vivos, estudando formas de transformar o mundo e a si mesmos. Pessoas que em algum momento se encontrarão.

Alguns ainda não descobriram, ou não se deram conta de seu papel. Sabem que algo está faltando para completar seu espírito. Possuem um enorme potencial, porém está soterrado pelo “avesso” do mundo. Sente que tudo está ao contrário e não percebem exatamente o caminho. São livres, porém, não descobriram seus rumos. Percebem que a vida não está ligada apenas aos objetivos do mundo externo, mas sim dentro de si mesmo, e sentem os receios de desviar-se de um mundo competitivo e conturbado pelos objetivos ilusórios que encontram no decorrer da vida. Receio e duvidas que acorrentam seu espírito apenas ao que é material.

Quando procuramos dentro de nós mesmos o verdadeiro caminho, sentimos uma imensa vontade de interagir com tudo que nos cerca. O caminho da transformação da vida e do mundo não é encontrado lá fora. Está dentro de nós e, quando conseguimos ousar e mergulhar, conseguimos então decifrar os nossos rumos e sentir a nossa força e visualizar os caminhos que nos levam a realização e a transformação.

Poetas, filósofos, biólogos, comunicadores, músicos, cineastas, cientistas, religiosos, educadores, médicos, e mais uma gama de pessoas que desenvolvem um papel verdadeiro consigo e com o mundo estão interligados nessa corrente de mudanças que o planeta está passando. E vamos precisar de todo mundo.

Hoje, o pensamento materialista e competitivo, que tanto degradou o planeta e seus seres habitantes, está perdendo forças. E apesar de parecer tudo um caos, estamos conseguindo ver brotar a cada dia o Amor e a vontade das pessoas de melhorar o mundo. Mas será preciso um “despertar”. Sim, um despertar interior que nos mostrará a verdadeira essência do que existe lá fora. Somos todos Um. Conhecendo a si próprio conheceremos o outro, a natureza, a essência do planeta e a plenitude da vida.

É um trabalho de formiguinha que já está sendo preparado a milhares de anos. Hoje somos o brotar e as próximas gerações (que também somos nós amanhã), estarão colhendo e replantando a Paz, o Amor e a Vida.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Zen


Preste atenção!!! Isso mesmo preste atenção!!!
Difícil, não? Será que estamos atentos ou estamos sempre presos ao tempo? Como assim? Espere aí que já explico.
Esperar... pronto, lá vem o tempo novamente... e lá se foi a atenção.

Pois bem, para estar atento é preciso desconectar-se do tempo. Pois a sensação temporal somente nos remete ao passado ou ao futuro. O presente é atemporal. Quando prestamos atenção, nos conectamos com o presente, com o agora, com este momento.

Prestar a atenção no presente momento e, estar com a mente sempre alerta, é estar conectado com o seu eu interior e com o mundo que nos cerca. É desligar o pensamento às coisas que passaram e despreocupar-se com o que virá. Viver a passagem deste exato segundo enquanto você lê estas palavras. Pouco a pouco começaremos a perceber que o tempo não existe. Nossa mente cria o tempo com a intenção de organizar o cotidiano. O problema é que muito de nós estamos presos a ele, seja no passado ou no futuro.

Agora pare... respire... preste bem atenção no ar que entra e sai dos seus pulmões...
Esvazie a mente... Preste a atenção no presente... somente no presente.

Esta é a chamada meditação zen. É uma pratica da meditação no Zen Budismo. Consiste em manter a mente alerta a todo instante. Você não precisa necessariamente estar parado, sentado, você pode também estar caminhando, tocando violão, digitando, lendo, cozinhando, regando uma planta, etc. Basta estar atento ao que acontece nesse exato momento, em cada movimento, nas cores, nas formas, nos sons, no silêncio... Deixar a mente e os sentidos sempre alerta. Parece simples, não? Pois saiba que o caminho para a simplicidade também exige práticas. No inicio não é tão fácil. Começamos a perceber o quanto somos demasiadamente apressados com nossas práticas durante nosso dia-a-dia. Percebemos o quanto nós precisamos desacelerar e nos desprender daquilo que é temporal.

Uma das praticas que enriquece o espírito é a paciência. Ela nos ensina a caminhar um passo de cada vez rumo ao infinito, ao eterno. A ansiedade e a pressa são amigas da perfeição. Elas querem o perfeito e, o perfeito, é limitado, assim como o tempo. Nosso espírito é ilimitado. Se aprendermos durante o agora a caminhar cada passo não nos preocuparemos com perfeição, nem com passado ou futuro. Com a mente conectada ao agora, os limites impostos por nossos anseios e inquietações se desfazem. Podemos sentir o portal da atravessia navegar pelo eterno movimento das coisas, inclusive, da vida.
Sentir a plenitude da vida em seu eterno movimento... Neste momento...

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sentir a musica da natureza


Para os músicos de plantão deixo um recado:
Não há música sem o sentimento. É preciso em seu fôlego inspirador, ao menos, uma gota de expressão. É preciso revelar o que sente para dar vida aos sons... Sentir o som e fazer soar... Mas também sentir o som para ouvir a música da natureza

Quando estamos em conjunto com a natureza podemos sentir melhor a sua música através de seus sons.

Pela manhã os pássaros quebram o silêncio e cantam melodias o tempo todo. Dão boas vindas ao novo dia. Saúdam a Mãe Terra com seus arpejos cíclicos e inspiram a alma de quem os ouvem.

As águas e seu eterno canto de correr e acalmar. Em seu caminho há a musica da limpeza e do renascimento da vida. Os rios cantam a vida. Quando a água vem em chuvas faz a percussão da majestosa iluminação e purificação do espírito e, as vezes, acompanhadas dos tambores dos trovões. No mar, ela canta as canções da fartura e da alimentação. As águas do mar podem até cantar as letras do coração, onde somente quem é do mar entende. As águas falam o tempo todo da grandeza da vida.

O vento são sopros das flautas de Deus. Assoviando, trazem consigo as mensagens dos anjos. Atravessam léguas e léguas com seu canto abençoando as formas da terra. Cantam com as arvores, com os rochedos, com os desertos. O vento é o canto dos caminhos e dos presságios. Sua brisa melodia acaricia a terra e seus gritos e berros mostram a força o poder impalpável do seus elementos.

No fim de tarde, quando silêncio vem caindo feito a pausa entre movimentos, podemos ouvir a musica das cigarras. É a musica da meditação e interiorização. Um mantra que nos leva de volta a nossa infância. Traduzem os sentimentos da tarde.

E quando chega a noite, a percussão da natureza se manifesta com seus rituais. Os grilos saracoteiam com seus maracás sonoros e quase melódicos fazendo o início do ciclo noturno. Os sapos... Ah, estes são fantásticos... Aguçam a imaginação de quem ouve. Fazem a música tribal. Quem ouve imagina as danças das entidades noturnas. Faz a músicas para que os espíritos possam bailar. Alguns assoviam, outros tocam tambores, um gestuoso ritual de encanto e magia nas águas noturnas.

Existe também a música das estrela, da lua, do sol, da terra, das montanhas, das árvores, das plantas, das flores, dos planetas... É preciso muito mais do que ouvidos para escutar...

É preciso coração para ouvir a música da natureza

Como seres integrantes dessa imensa natureza, somos capazes de fazer musica e integrar-nos a esta imensidão sonora. Mas do que fazer é ouvi-la com toda a atenção.

Escutar seus cantos e seus encantos e tornado-se parte do todo.

Ah, lembrei-me da música interior... mas fica para um outro dia

“Dance e viva o espírito rumo a Natureza”

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Amizade é a minha força... Sempre...

Existe coisa mais gostosa que uma verdadeira amizade? Existe prazer maior do que o amor que há nesta relação?

Bom, definir o valor da amizade é algo que requer mais coração que razão. A gente não as escolhe, elas chegam sem a gente se dar conta e, quando percebemos, já nos tomou por completo.

A amizade é uma das faces do amor e pode estar contida em uma relação familiar ou conjugal. Podemos ser pais e filhos e amigos... Podemos ser maridos e esposas e amigos... Aliás, pensando melhor Amigo e Amor são palavras que estão contidas uma na outra.

O Amor é a força que nos une, é o laço que o tempo não desata.

Paixão é um sentimento do Ego enquanto o Amor é a essência do Eu superior. Amor é aquilo que transforma as coisas não para sí mesmo, mas sim, para todos e por todos. Consegue dar a luz e faz movimentar a grande corrente da união, o círculo da vida que rompe espaço e o tempo. É o fôlego universal do Grande Espírito.

Amizade verdadeira é aquela que é sentida à milhões de quilômetros com a sensação de estar juntos no calor de um abraço. Não há distancia que faça deixar de sentir.

Sinto saudades de muitos que passaram por minha vida e nem ao menos sei por ande andam. Amigos que fazem até hoje da minha vida um verdadeiro bailado de sentimentos, como a gratidão, o respeito, o carinho, a simplicidade...

Amizade não necessita de olhos... Basta apenas fechá-los e sentir...

Agradeço a todos vocês que ainda transformam minha vida e que estarão sempre comigo

Guilherme, Paulo, Giovani, Marcio, Alexandre, Marcio(1979-2001), Alexandre, Ronaldo, Leandro, Douglas, Má , Dani, Guto, Ulisses, André, Fernando, Franco, Adriana, Fernando, Silvia.

Estarão para sempre no meu coração


sábado, 9 de fevereiro de 2008

Bioarquitetura - Uma nova opção



Dizem que se você bater um papo com o João-de-barro ele te ensina como fazer uma casa como a dele. Pois é...

Em São Manuel-SP, está em fase de acabamento a primeira casa ecológica feita em local público do país, com as técnicas da bioarquitetura.

A casa é toda de barro, não é utilizado nenhum material de contrução civil ou de alvenaria, muito resistente e sua vida útil é igual ou superior as casas comuns. É impermeável, conserva a temperatura mantendo a casa fresca no calor e aquecida no inverno. O telhado é feito de grama e as portas e janelas são feitas a partir da reciclagem de caixas de madeira (pinus).

A técnica já existe em varios lugares do mundo, e foi trazida ao Brasil pelos alemães.

Guilherme Moraes dos Santos,29, aprendeu a técnica e hoje desenvolve um projeto que visa substituição de favelas por vilas ecológicas. Ainda está em andamento e nescessita do apoio das autoridades locais. Afinal a burocracia, como sempre, da um jeitinho para as coisas caminharem bem devagar.

Se quiser ver mais fotos da contrução da casa ecológica entre no link http://www.flickr.com/photos/22714886@N03/

Mais informações sobre a casa ecológica mande um e-mail para

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Um Poema para Adriana






“Acordar e ver o tempo
Dançando entre as folhas
Nas asas da borboleta
Para onde ele vai?

Despertar e sentir o eterno
Já não existe
Nem folhas, nem borboletas
Não existe mais dança

Acordo e já é manhã
Desperto e amanheço
Dentro de mim
Lá fora já é manhã

Lá fora há vida
Folhas e borboletas bailando
O tempo escorre
E nos acolhe

Aqui dentro há vida
Tenho tudo lá fora aqui dentro
Aqui dentro não há tempo
Apenas o bailado, folhas e borboletas”

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Quanto vale a criação?


A arte possibilita a cura. Quando criamos , estamos preenchendo um vazio que sentimos dentro de nós. Segundo Rubem Alves "é quando estamos doentes que a criação se manifesta". A arte é a porta que se abre para expor o nosso íntimo. Aquilo que temos dentro de nossas profundezas.


Nós criamos. Porém, a vaidade nos faz acreditar que aquilo que criamos seja nosso por direito. Aí esta o engano. Não somos donos daquilo que criamos. O verdadeiro artista entrega para o mundo. Ele compartilha.


Imagine se uma planta cobrasse pelas flores que cria? (Acredito que as plantas criam também). Qual seria o preço de sua criação?


Nós colhemos suas flores. Ela não liga. Logo ela cria outra, assim, muito parecida. Não tem apego pela sua obra. As vezes, as flores secam e caem, mesmo assim, continua a florir. Existe amor na crição, mas ela sabe que não é dona de suas flores.


O espirito do criador não tem apego. Ele entrega e continua a criar.


O artista sem apego não põe limites para alcançarmos sua obra. Não joga com valores. Não quer ser admirado. Quer curar o mundo. Curar a sí mesmo.


Quando criamos esperando lucro deixamos o mundo cada vez mais doente.